Home » vinho » Borgonha: conheça uma das principais regiões produtoras de vinho

Blog - Box 41 Vinhos

15
fevereiro
2019
Sem comentários.

Borgonha: conheça uma das principais regiões produtoras de vinho

Borgonha é conhecido por seus grandes vinhos, boa comida e patrimônio arquitetônico. Confira abaixo tudo o que você precisa saber sobre a região e viaje pelo seu charme e tradição.

“Viver como um cidadão de Borgonha” é uma expressão para um bon vivant. E não é à toa: bons vinhos, restaurantes consagrados pelas publicações especializadas, como o Guia Michelin, e uma importância histórica e cultural que confere à região a designação como patrimônio da humanidade. Quer saber mais sobre Borgonha e seus vinhedos? Confira em nossa matéria!

 

História Borgonha

Os povos celtas habitavam o local e iniciaram o cultivo da vinha. Mais tarde, por volta do século II d.C, a região foi tomada pelos romanos. Os vinhos ganharam as influências deste povo, possibilitando, assim, que se desenvolvesse uma vitivinicultura comercial já no século IV. Porém, com a desintegração do Império Romano, os povos bárbaros, francos, alamanos e vândalos, invadiram, sucessivamente, as terras.

Depois disso chegaram os burgúndios. Originários da Escandinávia, não apenas se fixaram, como também deram nome à região. A tradição da vitivinicultura, entretanto, foi mantida. Mais para frente houve a conversão da população para o cristiano. Dessa forma, os monges beneditinos de Cluny construíram ali suas abadias e assumiram a produção dos vinhos.

 

Características

Localizada na parte centro-leste da França, Borgonha abriga vinhedos com declives suaves e com boa exposição ao sol, que se orientam a sul, sudeste e leste. Isso garante proteção às uvas contra as geadas e ventos, comuns em uma zona de clima frio e hostil. Nos solos, há predominância de calcários e pedregosos, que, associados ao clima, contribuem para um bom número de terroirs.

 

Denominação

A região produz vinhos reconhecidos mundialmente. Nos domaines, pequenas propriedades de gestão familiar, valorizam-se, sobretudo, dois tipos de uva: a pinot noir, utilizada para os tintos, e a chardonnay, para os brancos. O Institut National des Appellations d’Origine (INAO) classifica as bebidas produzidas em grand cru, premier cru, AOC comunal e AOC regional.

Um vinho recebe a certificação grand cru quando se origina de um excelente climat. Já os premier cru se distinguem pela qualidade de seu terroir, enquanto os comunais pela produção em comunas (pequenos municípios). Por fim, os regionais denominam as uvas colhidas em zonas delimitadas, como, por exemplo, a Appéllation Bourgogne Controllée.

 

Regiões

Após a reforma agrária de Napoleão, que dividiu as propriedades da Igreja, os grandes vinhedos se fragmentaram em pequenos loteamentos. Devido a isso, as propriedades possuem, em média, cerca de um hectare. Só para se ter uma ideia, a Clos de Vougeot possui mais de 60 proprietários para os seus 50 hectares. Mesmo que sua área não seja extensa, Borgonha abriga vinhedos muito importantes.

 

Chablis

A região fica a 160 km ao norte de Beaune e produz bons vinhos brancos. A grande área submersa de calcáreo, que data da pré-história, confere um vinho mais duro, mas sem ser áspero.

O Chablis certificado como grand cru origina-se de uma região ao sul e a oeste. Ele apresenta um vinho rico, que se torna mais complexo com os anos. O Les Clos e o Vaudésir se destacam no mercado, assim como os premiers crus. Por fim, há o Chablis comum e o Petit Chablis.

 

Côte d’Or

Situada no centro de Borgonha, em trecho de 60 km que liga Dijon a Beaun, é reconhecida por seus tintos e brancos. Divide-se em Côte de Nuits, localizada ao norte, com 1.500 hectares, e Côte de Beaune, ao sul, com 3.000 hectares.

Na primeira, encontram-se tintos mais ricos e longevos. Abriga os vinhedos Chambertin, Gevrey-Chambertin, Morey-Saint-Denis, Chambolle-Mussigny, Vougeot, Vosne-Romanée (onde se produz o legendário Romanée-Conti) e Nuits-St-Georges. Já a Côte de Beaune tem como principais vinhedos Aloxe- Corton, Pommard, Volnay, Mersault, Puligny-Montrachet e Chassagne-Montrachet.

 

Côte Chalonnaise

Nesta região, de 1.500 hectares, estão os produtores de vinhos brancos e tintos com melhores preços,como o Rully, Mercurey, Givry e Montagny.

 

Beaujolais

A produção é maior do que dos vinhedos do norte, com mais de 1 milhão de hectolitros. Em seus 22.000 hectares, fabricam-se vinhos leves e frutados, mas com pouca complexidade.

 

Melhor período para visitar

A rota do vinho é um passeio interessante e encantador. Se você for entre a segunda quinzena de maio até setembro, irá visualizar os vinhedos bem crescidos. A partir desse mês, entretanto, ocorre a colheita, e muitas vinícolas deixam de receber visitantes para se concentrar nesta atividade.

Outra época não tão recomendada é o inverno. Por mais que muitos percebam a estação mais fria como uma boa época para o vinho, a paisagem fica menos interessante para visitar.

Uma dica importante é quanto a disponibilidade para a visitação. Ao chegar na região, procure vinícolas com placas cave ouverte, pois estão abertas para conhecer e degustar.

 

Gostou de conhecer um pouco mais sobre Borgonha? Já teve o prazer de visitar a região e conhecer seus encantos? Comente!


Comentários

Seja o primeiro a comentar isso!

Os comentários estão fechados.