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Blog - Box 41 Vinhos

28
junho
2021
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Mitologia, tradição e festa: conheça a história do vinho grego

A história do vinho grego começa primeiramente na mitologia, quando Dionísio teria apresentado a bebida aos mortais. Em meio a suas aventuras e grandes celebrações pelo mundo, o filho de Zeus foi nomeado como Deus do vinho, ensinando para a população grega os segredos da colheita e da fermentação, tornando o líquido uma bebida sagrada.

Na Grécia, a produção inicia na Idade do Bronze (4 mil a.C.), já o vinho feito na Ilha de Creta tem sua primeira aparição na civilização Minoica  (2 mil a.C.). Além do saboroso azeite, a região é conhecida também por ser uma das únicas no mundo a realizar atividade contínua nos vinhedos. Ou seja, há produção durante o ano inteiro desde os primórdios! De acordo com o Onomástico, escrito pelo sofista e gramático grego Júlio Pólux, até vinte e oito variedades de uvas poderiam ser encontradas nos primeiros milênios.

 

Estátua de Baco ou Dionísio por Michelangelo.


DA COLHEITA À COMERCIALIZAÇÃO

Antes de mais nada, a colheita era acompanhada por muita música e clima de festa, segundo o poeta grego Homero. Nela, eram plantadas três tipos de uvas: austeros, glukazon e autokratos. Para aumentar a doçura, o processo seguinte era o de secagem, no qual as uvas eram deixadas no chão sob o calor do sol e à noite eram cobertas para que não absorvessem o orvalho. Hesíodo, outro famoso poeta grego, dizia que o período correto de secagem seria de dez dias e dez noites.

Passada esta etapa, as uvas eram depositadas em lenos, enormes tanques de pisar. O mais antigo do mundo está localizado em Vathypetro, na Ilha de Creta, com aproximadamente 4 mil anos. Técnicas manuais de trituração e esmagamento, como pilão e prensa de saca, também foram utilizadas pelos gregos. Já em forma líquida, o vinho era colocado em pitos (grandes contêineres) e, então, passava pela fase da fermentação. Por fim, era filtrado em um saco chamado de ethmos e, logo, ia para um depósito especial, um local seco, onde os pitos já finalizados eram enterrados parcialmente no chão para que pudessem manter a temperatura de 15 °C.

Logo depois, estava pronto para ser comercializado nas tavernas, ou kapeleions, onde vinho era colocado em ânforas, jarros menores, que facilitavam o transporte e a exibição no comércio. Após a compra, o líquido era despejado em uma cratera, espaço onde era misturado com água. Aromatizados com especiarias, ervas, resinas e até perfumes, os vinhos tinham teor alcoólico de 16%, por isso, eram misturados. Em alguns casos, a cratera também poderia resfriar a bebida, a partir da água gelada com um mecanismo chamado psíctere. Finalmente, o vinho chegava aos enócoas, jarros mais simples e práticos para servir taças, cálices ou cântaros.

Produção de vinho grego na Ilha de Creta.
Foto: Reprodução

Produção de vinho grego na Ilha de Creta.
Foto: Reprodução

 

ONDE BEBER?

Para desfrutar a bebida, os gregos se reuniam, principalmente, em simpósios e criavam eventos específicos para ela. Sobretudo, era a Antestéria, festival realizado em Atenas, que marcava a abertura de um vinho elaborado no outono anterior. Os três dias de celebração cumpriam distintas atividades:

1º dia – Phithoigía: acima de tudo, este era o momento em que acontecia a abertura dos novos jarros e a libação (derramamento da bebida) para Dionísio.
2º dia – Choes: nele, ocorriam concursos de bebidas, onde acontecia também a cerimônia em que a esposa do arconte (nobre magistrado da Atenas antiga) se casava com Dionísio. Apesar de alegre, o Choes também era visto como um dia, de certo modo, ruim, já que espectros do submundo poderiam assombrar os vivos.
3º dia – Chytroi: o último dia funcionava como homenagem aos recipientes que guardavam as refeições da celebração. Enfim, a celebração terminava.

Da mesma forma, o vinho grego também serviu como oferenda aos deuses, era consumido em funerais e por muito tempo foi utilizado como tratamento para doentes, em específico para mulheres com problemas ginecológicos.

 

RECOMENDAMOS:

Bastante informação, certo? Portanto, aqui estão dois vinhos gregos diretamente da Ilha de Creta!

Vinho Lyrarakis Vilana
Utilizada em vinhos secos e frescos, a uva branca Vilana é a mais cultivada em Creta. Apresenta coloração amarela profunda e pode demonstrar aroma cítricos e frutais, principalmente, como maçã, limão, laranja e pêra. Em nosso rótulo, a graduação alcoólica é de 12%.
Harmonização: excelente com carne branca grelhada, legumes com ervas frescas, peixes aromáticos e pratos levemente condimentados.

Vinho Lyrarakis Kotsifali
A uva vermelha Kotsifali é referência para os vinhos secos produzidos em Creta. Caracterizado como mediterrâneo, o tinto é intenso em aromas, macio em acidez e taninos. Em nosso rótulo, a graduação alcoólica é de 13%.
Harmonização: pratos da cozinha mediterrânea, carnes assadas e queijos picantes.

 

E você, já escolheu com qual dos nossos rótulos vai celebrar? Deixe seu comentário!


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